sábado, 17 de novembro de 2012

Já num sentido mais técnico (e mais restrito), outra expressão do mesmo fenómeno é a conversational implicature teorizada por Paul Grice: se, num dia de praia canicular, Simão quiser proteger a sua pele da inclemência do sol e, em conversa sobre o assunto, Nuno lhe disser que "há um creme na mochila", não é preciso que este sublinhe que se trata de um protetor solar e não de um outro tipo de creme qualquer (incluindo o doce com o mesmo nome) para que Simão entenda a mensagem com absoluta clareza. Como usualmente pretendemos ser relevantes na nossa comunicação, certas inferências a partir das emissões de linguagem resultam menos do que foi efetivamente dito que do simples facto de ter sido dito num contexto determinado.